quarta-feira, 29 de abril de 2015

Cet amour insensé

Cet amour insensé que je lui porte reste pour moi un insondable mystère. Je ne sais pas pourquoi je l'aimais à ce point là de vouloir mourir de sa mort. J'étais séparée de lui depuis dix ans quand c'est arrivé et je ne pensais que rarement à lui. Je l'aimais, semblait-il, pour toujours et rien de nouveau ne pouvait arriver à cet amour. J'avais oublié la mort.

Marguerite Duras , "L'Amant"


segunda-feira, 27 de abril de 2015

DANCE, LOVE, SING, LIVE


"You've gotta dance like there's nobody watching, 
Love like you'll never be hurt, 
Sing like there's nobody listening, 
And live like it's heaven on earth." 


William W. Purkey

domingo, 26 de abril de 2015

...

Ele ainda era demasiado jovem para saber que a memória do coração elimina as coisas más e amplia as coisas boas, e que graças a esse artifício conseguimos suportar o peso do passado.


O Amor nos Tempos de Cólera- Gabriel Garcia Marques.


Foto: Susana Duarte. Jardins de Serralves.

sábado, 25 de abril de 2015

a água é o poema

a água é o poema,

a folha é o poema,
a sombra-poema é 


e o que é poema 
é a vida semeada
onde o olhar se derrama.

a água é o poema

Foto de Susana Duarte. Fundação de Serralves.



quarta-feira, 22 de abril de 2015

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa somos nós"


José Saramago

segunda-feira, 20 de abril de 2015

“Stupidity is the same as evil if you judge by the results.” ― Margaret Atwood, Surfacing


“Talk sense to a fool and he calls you foolish.” 



“Two things are infinite: the universe and human stupidity; and I'm not sure about the universe.” 



“You have attributed conditions to villainy that simply result from stupidity.” 



“Talk, talk, talk: the utter and heartbreaking stupidity of words.” 



domingo, 19 de abril de 2015







“Ser mulher, explicavam, era como ter o trabalho todo do que respeita à humanidade. Que os homens era para tarefas avulsas, umas participações quase nenhumas. Serviam para quase nada. Como se fossem traves de madeira que se usavam momentaneamente para segurar um teto que ameaçasse cair. Se não valessem pela força, nunca valeriam por motivo algum, porque de coração estavam sempre mal feitos. Eram gulosos, pouco definidos, mudavam com facilidade os desejos, não conheciam a lealdade passional, concebiam apenas engenharias e mediam até os amores pelo lado prático da beleza, gostavam sempre de quem lhes parecesse dar mais jeito, como se procurassem empregadas ao invés de esposas, como se precisassem de precaver os seus próprios defeitos mais do que as virtudes livres das mulheres.” 








Viveu Mariano Gago- MIGUEL ESTEVES CARDOSO- 18/04/2015






José Mariano Gago foi o cientista de que mais gostei na minha vida. Não: foi muito mais. Foi o ser humano que mais me ensinou.

Conhecemo-nos antes de ele se ter dedicado à política para defender - com um êxito tremendo - não só os cientistas como os filósofos e outros investigadores infalsificáveis.

José Mariano Gago nas ciências, tal como Adérito Sedas Nunes nos estudos socias, sacrificou-se para ajudar a comunidade inteira de investigadores.

Foi um herói. Era não só ousado como inteligentíssimo: sabia que as coisas eram difíceis. Sabia que a tradicional divisão (eternamente estúpida) entre artes, letras e filosofia, por um lado platonicamente arrogante e as ciências pragmáticas e prováveis, por outro lado aristotelicamente convincente, era não só escusada como prejudicial para os dois apenas aparentes adversários.

Chorei quando soube que José Mariano Gago tinha morrido. Não gostei nada do cabeçalho, impensado, da Visão: "Morreu o ex-ministro Mariano Gago".

Antes e depois de ser ministro (que só foi para beneficiar a comunidade científica e a - menos cientificamente - intelectual), José Mariano Gago foi um espírito livre e uma mão libertadora.

Era um inocente, um revolucionário e um génio. Como é que chegou a ser ministro? Para ajudar a ciência, a sabedoria e a asneira; o erro e a teimosia; as hipóteses sem qualquer hipótese de virem a ser teoria.

Morreu um benfeitor. Morreu uma cabeça acima de todas as nossas.

Pobres de nós.


http://www.publico.pt/ciencia/noticia/viveu-mariano-gago-1692807

sexta-feira, 17 de abril de 2015

De Valter Hugo Mãe.




«O inferno não são os outros, pequena Halla. Eles são o paraíso, porque um homem sozinho é apenas um animal.»

in "Desumanização"








quarta-feira, 15 de abril de 2015

Coimbra. 15 de Abril 2015.

Praça 8 de Maio, esta mau...
Posted by Nuno Ferreira on Wednesday, 15 April 2015


as casas habitadas 

pelo silêncio 

de pessoas,

elas próprias, 

silentes,

vivem das águas

das calheiras,

residentes nas confissões

que, das águas, se desprendem,

quais telhas rubras

onde (me) voo.


"As fotos são o contrário de nós: apagam-se quando recebem carícias."
(MIA COUTO)





terça-feira, 14 de abril de 2015

Lisboa.

http://www.lisbonlux.com/magazine/esplanadas-em-lisboa.html


"Sonhar: exercício que consiste em imaginar o impossível, para depois o realizar. Como voar. (...)

Vida: é tudo o que sonha. (...)

Luz: o que fica dos sonhos depois que nos atravessam. "


(José Eduardo Agualusa)



domingo, 12 de abril de 2015

de olhos fechados



percorro-te caminhos situados nas nervuras das veias
e subo montanhas onde os poros se revelam aves soltas

as montanhas são heras trepadeiras que voam rumo
a lugares que não sei. deusas conspiram para que as asas


quebrem

e a queda sobre as ervas madrugadoras seja a realidade
imposta às sonoridades dos meus olhos. os olhos

não te vêem e,

na queda das águas da manhã, não seguram a tristeza.
amar-te é a queda das folhas sobre gotas orvalhadas
de uma montanha longínqua. e as sobras das neves.
percorro-te. sonho-te. sinto-te onde não te vejo. estranho

as auroras

pálidas do desejo de ser água. percorro-te. sonho-te.
sinto-te onde não te vejo. as danças pagãs pararam

nas portas das montanhas cobertas de gotas orvalhadas

pela tua longa ausência. sei-te onde não estás. percorro-te
marés e encontro-te nas portas da noite. de olhos fechados.

Susana Duarte

Ser diferente, é normal.

http://www.noticiasaominuto.com/mundo/365000/pedido-especial-de-salvatore-torna-se-viral#/615/0

sábado, 11 de abril de 2015

Portugal, in the heart of many.

http://edition.cnn.com/2015/04/09/travel/travel-central-portugal/index.html?fb_action_ids=10204193903554606&fb_action_types=og.shares

sexta-feira, 10 de abril de 2015

quinta-feira, 9 de abril de 2015



“The Purpose of Art… 
Is Washing the Dust of daily Life off our Souls…”

Pablo Picasso (1881-1973)



quarta-feira, 8 de abril de 2015

s/t

porto-pranto-praga:
eis a dúvida,
a dor, 
o poema.

talvez o Amor,
talvez, apenas,
fonema.

verbo inacabado,
ou verbo por parir:
flores azuis, 
água,
devir.
ser onde 
(ou o que ) não sou:

água do poema,
asa que findou.

Susana Duarte


terça-feira, 7 de abril de 2015

Nelma Goreth Gaspar de Almeida.

Nos 6 meses da tua partida.

O céu ficou mais rico, com a tua maravilhosa capacidade de abraçar a vida, a luz, a esperança e a magia de todos os momentos que passaste connosco.

É connosco que, sempre, ficarás. Porque marcaste a tua passagem pelo mundo da forma mais bela: tocando os corações de todos e, em todos, deixando tantos motivos para te fazer viver em nós.

Minha linda menina, temos saudades tuas. Abraço-te, na imensa distância que separa a terra desse lugar onde estás...lugar esse, decerto, cheio da luz do teu riso.




domingo, 5 de abril de 2015

É urgente.



É urgente o amor 
É urgente um barco no mar 

É urgente destruir certas palavras, 
ódio, solidão e crueldade, 
alguns lamentos, muitas espadas. 

É urgente inventar alegria, 
multiplicar os beijos, as searas, 
é urgente descobrir rosas e rios 
e manhãs claras. 

Cai o silêncio nos ombros e a luz 
impura, até doer. 
É urgente o amor, é urgente 
permanecer. 

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Os meus Olhares.

http://olhares.sapo.pt/suerduarte/





Coimbra.






Fotos de Susana Duarte

De Joaquim MONTEIRO



OUTRA LUZ

Esgotou-se a luz do lago
onde os pássaros vinham beber
o fulgor do voo e partir


para as empoleiradas madrugadas
dos amantes.

Que são casas para as aves nocturnas
do desejo.

Joaquim MONTEIRO
2015-03-07
(© todos os direitos reservados)


Foto pessoal. 


quarta-feira, 1 de abril de 2015

não, não sei.

não sei onde escondeste o riso, 
ou as flores do meu sorriso.





vou sentar-me sobre as costas dos teus olhos, 


e ver-me através deles, sedentos das névoas 


das minhas madrugadas.






vou sentar-me sobre




os teus braços e, através deles, 


rever encostas 


onde os seios te abraçaram, 


e foram eternas 


as inermes mãos sobre o dorso. 





vou sentar-me


sobre as dobras da tua voz, 


onde o silêncio


me chama e a língua me conquista. 


sobre ela,


desfazer as névoas que, junto ao rio, 


pairaram, no instante do atrevimento.






a língua de fogo


dos teus dedos, sobre a língua de fogo da água


que sobre ti se deita, exclamando 


todas as noites


de todas as idades, 


desfiguradas pelo silêncio 


que, sob a chuva, se abateu, pronto 


que estava o sorriso dos lábios, 


pronta a boca


para, sobre ti,





pairar e, ali,


depositar o dia.






Susana Duarte

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...