Começar a escrever.
Escrever uma, duas, três linhas, uma página inteira.
Chegar ao fim, reler. Apagar tudo, deitar para o lixo.
A vida devia oferecer-nos esta possibilidade. Vivermos um dia, dois dias, três dias. Pararmos para pensar no que vivemos, apagarmos tudo, deitarmos o passado para o lixo. O maior drama da vida é não ser como um texto, não podermos rasurar o passado. O lixo há-de pesar-nos sempre, o lixo de cada dia, de cada hora, de cada momento, que suportaremos como Sísifo teve de suportar a sua condenação.
_____________[Henrique Manuel Bento Fialho]
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
domingo, 20 de setembro de 2015
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Bom dia
ResponderEliminarGostei muito destes pensamentos. Na verdade isso acontece com frequência. Depois quando revemos a nossa escrita rasuramos,emendamos, renovamos...
Penso que toda a nossa vida deverá ser assim.
Ninguém é perfeito e todos aprendemos com os nossos erros.