Antítese
(ouvindo
Aesthesys, “Dreams are only real as long as they last”)
sou a antítese dos mares. escondo-me
das flores onde a luz não chega,
e da luz, onde as
flores desmaiam ante o bater de asas das borboletas azuis. escondo-me
onde as luas me navegam. sou um exoplaneta
frutado de luas sonoras, e a veia
onde os teus passos criaram a sede. sou a antítese de mim mesma, e o contrário de tudo.
persigo as ondas onde
os mares se afundam em areias prístinas,
e acendo os grânulos
de silício das praias com os passos dados em auroras
distantes. nessas
auroras vives
tu, ser flávio das noites antigas. és a antítese de mim, e aquele que me
completa.
interrogas-me onde a estranheza se instala. escondes-me
de mim onde me perdes e me tens.
é por ti que sou a
antítese do ventre, e a demora das
manhãs frutadas, e das noites vivas.
Susana Duarte
Do livro "Pangeia", a lançar
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