terça-feira, 20 de dezembro de 2016

soltam-se, das aves, as plúmulas insubmissas

soltam-se, das aves, as plúmulas 

insubmissas 
que descreveram margens 
de rios outrora 
ocultos.
desfazem-se nas madrugadas
transparentes,
sonoras como os ecos
de todas as ausências 
com que me escreves 
nos ossos,
doridos e insubmissos como as plúmulas,
ocidente de todos os desejos.
soltam-se, e desfazem-se,
as plantas ocultas do voo das aves.



lá, onde o ocidente se atreve
a circunscrever oceanos,
todas as ondas não bastam

para conter a fúria 
do voo.

Susana Duarte



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