terça-feira, 13 de fevereiro de 2018




há um poema por escrever
sobre as pernas da noite; é
o poema navegado pelas mãos
desconhecidas da madrugada,
ímpares nos pormenores estriados
por onde se espraiam os olhos.


o poema por escrever permanece
nos recantos esquecidos da pele,
e recai, como a água dos olhos,

onde as pernas da noite amanhecem,
como os gatos nas balaustradas,
e as mulheres ensonadas 

que escrevem destinos.

sobre as pernas da noite.

Susana Duarte

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