terça-feira, 17 de dezembro de 2019


preciso do silêncio,
das aves

e da solidão nomeada
pelas sílabas
largas

do vôo por fazer.

preciso da sombra que nasce
da insuspeita asa
da árvore

que traduz o ar
e perpetua a vida.
preciso, enfim, da asa branca
das névoas quando o mar 
incendeia as arribas,

derruba os fósseis
e reencaminha o ímpeto de viver.

é sobre o totem vivo
da tua vontade que me ergo.

diz-me onde estás. 

Susana Duarte


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