sexta-feira, 11 de setembro de 2009

“ There is a silence where hath been no sound. There is a silence where no sound may be in the cold grave under the deep deep sea. "



Assim começa, e assim termina, "O Piano"...esta frase de thomas Hood é retirada de um poema, "Silence", que serve de mote ao iníco da história de Ada. Com Holly Hunter, Anna Paquin, Harvey Keitel e Sam Neill, "O Piano" é um belíssimo filme, datado de 1993, que já toda a gente viu...mas encerra em si uma história intemporal, uma música que se tornou bestseller ( além de intemporal...). Fala de Ada, uma mulher muda, obrigada a casar-se numa terra longínqua, chuvosa e lamacenta, onde aporta com a sua filha, Flora.Ada é muda, não se dizendo de forma clara o porquê. Comunica por gestos mas, acima de tudo, comunica através do seu piano, tocando incessantemente. O piano é deixado pelo seu recém, embrutecido, marido, que o deixa na praia da Nova Zelândia onde são deixadas Ada e Flora. Ada toca na praia as canções da sua solidão e desespero. Estabelece uma relação com o único homem que aparenta ter vontade de a ajudar, que vive entre os Maori, e que se deixa fascinar pela relação de Ada com a sua música, trocando terras pela possibilidade de levar o piano e receber lições de Ada. Na verdade, quer apenas ouvi-la tocar, e estar a seu lado, dando-se início a uma relação ambivalente entre estas duas pessoas extremamente solitárias. O marido começa a desconfiar. Nada entre eles é amor, nada entre eles é intimidade. Ada tem que ficar em casa. Faz de Flora o meio de comunicação com o seu amado; esta, que se habituou a ver o marido da mãe como "papá", entrega um bilhete ao marido, não ao amado. Furioso, aquele corta o indicador de Ada.O casamento é dissolvido. Ada e Flora partem. Na mesma praia onde chegou, Ada manda o amado afundar o Piano, e Ada deixa-se levar por uma corda que a puxa para a água. Na água, entende que não se deixará morrer, e procura libertar-se da corda. Inicia uma nova vida com a filha e o seu amado, dando lições de piano, com um indicador de prata.
Sensível, aparentemente sereno, belo e intemporal. A música de Michael Nyman é absolutamente adequada ao ambiente. E ficou como uma música de e para sempre.

9 comentários:

  1. Um grande filme. Muito bom gosto, bruxinha :-)

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  2. OLÁ SUSANA :)

    CONFESSO QUE DESDE A MINHA ADOLESCÊNCIA NÃO SOU MUITO ASSÍDUO NAS SALAS DE CINEMA, MAS PELA DESCRIÇÃO PARECE MUITO BONITO..É BOM RECORDAR !!
    BOM FIM DE SEMANA... BEIJINHO

    NORBERTO

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  3. Uma história sofrida, dorida, com uma música de estremecer a alma. Arrepio-me sempre com a música porque nos leva à insignificãncia do ser. Já a tive como m´suica de abertura e retirei-a, nao sei se por me custar ouvir de tao tocante, se por quase sagrada.

    Apete parafrasear Oscar Wilde. "Onde ha dor o chao é sagrado".

    Beijo amigo

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  4. Não vi este filme mas tenho ali o video do mesmo. Fiquei encantada com o teu relato e hoje, vai ser o meu serão e ao escutar o piano, pensarei em ti que me trazes "coisas boas" à minha Palhota. Um bom fds e bj Graça

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  5. Francisco,
    gosto de filmes assim, que falam da vida e de situações que poderiam ser as vividas por qualquer um de nós, embora de acordo com o contexto temporal em que as coisas ocorrem.
    Um beijo

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  6. Norberto,
    é um dos prazeres que encontro da vida. Ir ao cinema, viver as personagens, imaginar-me no lugar delas, e procurar as subtilezas do seu Ser.

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  7. Daniel,
    é absolutamente verdade. É uma música que chega a fazer doer a Alma. Ou pelo menos, pensar. E pensar, por vezes, dói.

    A citação de `Óscar Wilde faz todo o sentido.
    Beijo
    Susana

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  8. Graça, vê-o. Vê com atenção. Estou certa que te tocará a alma. Dorido e belo, fala sobre o que é ser Humano!
    A tua palhota é um encanto. Seria tolice não desfrutar dela!

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  9. Um dos mais belos filmes que ja vi, ouço a música tema a todo momento em minha mente tb...

    There is a silence where hath been no sound. There is a silence where no sound may be in the cold grave under the deep deep sea.

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