sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Fosfenas


Os olhos florescem nas encruzilhadas da noite.
Claros, celestes, enrubescem nas asas cerradas do voo.

As palavras soltam-se dali, do reino de todos os cantos.
Livres-soltas como águias alienadas da terra

(como se o espaço universal fosse todo teu)

Os olhos vagueiam nas horas em que a incerteza se faz luz.
Luminescentes, encandeiam as flores com que te abraço.

…cristalino desatento às sombras. Teus olhos são luz.

As fosfenas (imagens luminosas que a pressão dos dedos deixanos olhos)
São caleidoscópios de sol que atravessa o caminho.

( ... o dia regressa e será tempo de Olhar; a noite desce sobre ti
e, de dentro do teu olhar,
Magna noite, Magno Dia,
será tempo de cerejas e de o Tempo regressar).

Susana Duarte
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1 comentário:

  1. Susanita
    Que bom teres voltado e com um poema tão lindo que traduz a tua sensibilidade e o teu modo de estar na vida...A melodia suave do piano, a tranquilidade de um mar feito espelho, tudo fala de ti... e de um regresso há tanto esperado!
    Será que este ano as cerejas vão amadurecer a tempo???
    Mil beijos
    Graça

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