segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

LUCERNÁRIO

Há uma cor cujo significado és tu. Uma danaide passeia
no teu rosto, abandonando o dia que foi seu.
Paira sobre nós, numa balada, entoada aqui.
Marulhada. Frágil sob a força das ondas.
Uma rocha caiu. Há um som de precipício no breu.
O crepúsculo da alma cede lugar à fantasia.

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Há uma balada cantada pela noite
e uma incandescência que o luar acendeu
na rua. A voz mumurejada de uma ave nocturna
incomoda o silêncio que se entreteceu.
Passeamos lado a lado numa efabulação
diagonal ao ser. Procuramos o sonho.

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Há uma alegria que habita os passos que dás.
Colhes borboletas na brisa nocturna e dás-mas na mão.
Habito um castelo longínquo onde um ser alado
almeja chegar. Fluviária. Aquática. Aérea.
Deixa-me ser assim. Cantora breve de auroras boreais.
Deixa-me sorrir à lua, ler-lhe a mensagem, entender os seus sinais.

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Vermelho. Renomeia as cores. Faz brilhar o canto
das sereias que te encantam. Cria. Ágaro. Albatroz.
Vou contigo além-mar. Na noite que termina.
Nix, a deusa da noite, sua rainha, habitante do extremo oeste,
permite-nos o sonho em que o incosnciente se liberta.
O meu OFÍCIO DA NOITE é limitar-me a recriar.

SUSANA DUARTE
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