.fala-me de coisas simples e sagradas,
de flores de linho bordado e de palavras encantadas.
.fala-me da magia e das estrelas azuis; das serenatas enlouquecidas,
na pele que escreves
em notas de música perdidas na noite de que sou refém.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
domingo, 11 de setembro de 2011
.escreve-me nas flores da tua alma,
como escreves o azul dos espaços dos meus olhos.
.escreve-me nas janelas que abres,
e nos caminhos-de-ferro que percorres nas tardes
em que as partidas se transformam em corvos soturnos.
.escreve-me na vida das vidas que vivemos,
e nas orvalhadas em que acordamos e nos sabemos sós,
eu em ti, tu em mim. Febre da chegada e do sabor da flor e da noz.
.escreve-me.
.serei o mapa dos trilhos que percorres.
Foto e poema: Susana Duarte
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
VIDA
Vou escrever palavras soltas na calada da noite,
invocando os sonhos das eras anteriores
e das vidas que passei.
Estavas lá e fotografavas momentos e impressões,
calando as lágrimas que deixavam rasgos
na pele e nos ossos e na boca.
Escreverei as saudades na pele da tua imagem
e nas aves que tens dentro, e fora,
e em Ti. E em Mim. Somos,
dizes. E sabes da terra e do assombro das luzes
e das nuvens e das árvores de pé.
Os mistérios das ruas são teus.
Guardas, na Vida, a vida e a morte e o renascimento,
e todas as vidas vividas e caladas em que
o Destino se não cumpriu.
E reténs nos olhos a luz que me alumia os passos,
me ilumina a memória e me faz viver em Ti.
Terra. Terra. Luz e Vida e Solidão diminuída,
solidão que desistiu de ser,
porque a vida
se encheu
de VIDA!
Susana Duarte
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