nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
domingo, 11 de setembro de 2011
.escreve-me nas flores da tua alma,
como escreves o azul dos espaços dos meus olhos.
.escreve-me nas janelas que abres,
e nos caminhos-de-ferro que percorres nas tardes
em que as partidas se transformam em corvos soturnos.
.escreve-me na vida das vidas que vivemos,
e nas orvalhadas em que acordamos e nos sabemos sós,
eu em ti, tu em mim. Febre da chegada e do sabor da flor e da noz.
.escreve-me.
.serei o mapa dos trilhos que percorres.
Foto e poema: Susana Duarte
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