apetece escrever sobre as coisas que não sei
e, defendida das brumas, enredar nas palavras
as dúvidas que brotam do seio das flores residentes
no mar. apetece fazer luares sobre as fosforescências
das escamas de peixes raros, escrevendo nelas as luzes
habitantes dos pormenores que fazem de cada onda, o
mar alto da nossa existência. e nelas, galgar essências
de flores caiadas dos dias onde, antes, escrevemos
a realidade das marés envergonhadas onde, sendo,
somos tão sós como a sabedoria rasa das aves.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
sábado, 18 de fevereiro de 2012
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