quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Saltei pontes navegando rios de nuvens
e flores de estrelas gastas e átomos de momentos sós. 


Fui noite na lágrima escura da ausência
e mar revolto nos momentos da tempestade de 
uma lua inquieta.


Saltei ribeiras na procura de diamantes
e flocos de neve escondidos sob a areia dos elementos:
nós.


Serei, ainda, por momentos, a chuva por cumprir
e o ar dos dias que passei, e a evidência
da procura das mãos e dos rostos.


Sós.
Procuramos arco-íris na calada da noite
e atrás de cada um, vislumbrando a serena agitação da paixão.


Procuramos diamantes residentes na praia
das areais revoltas pelo vento do olhar.


Somos. Somos a ânsia do repouso no olhar de cada um
e a precisão do relógio da vida
que nos cruzou
e decidiu.


Serei sempre aquela mulher que salta pontes
sobre rios de nuvens, e flores de estrelas gastas, e átomos
de momentos dispersos na enernidade.


E nesse ser, serei procura.



Encontras-me onde os olhos te dizem do meu cheiro
e onde as nuvens me cobrem por inteiro, e onde
gatos passam nas ruas e se cantam fados e mulheres


nuas se revelam dentro dos corações íntimos da noite.

Susana Duarte

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