terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


pudesse eu conhecer a força dos trigais, semente
escondida nas névoas das casas e dos beirais das ondas...onde
sorrisos erguem muros, e muros destroem casas...pudesse eu
saber da força das papoilas, rubras-serenas-frágeis papoilas,

e as águias seriam voos lentos de olhares incautos, e os cantos,
apenas entoações das alturas da alma desabrigada de si, no

silêncio

fugaz de todas as coisas que não se dizem. pudesse eu ser silêncio,
e teria asas onde os seios erguem suaves ondulações de ar

respirado, ou naufragado, ou soturno. soturno ar desabrigado das encostas
onde apoias os olhos e serenas todas as marés violentas dos dias.



susana duarte

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