quinta-feira, 25 de julho de 2013



Braços




emudeceram as asas dos corvos,

num uníssono de esplendorosa luminescência




negra




onde as asas abandonam as curvas

e a contemplação da rubra incandescência




do fogo da saliva




e das fugas tocadas pelas nossas mãos,

e realizam os voos dos dedos, e das línguas

e dos corpos enlaçados numa vida-morte




pequena,




incandescente ela própria,

de corpos nús, e de dias, e de noites

e de sementes lançadas pelas bocas




ávidas,




subsequentes à saudade, fria noite da ausência

de um abraço onde, de novo, (me) habitas

os cílios e o ventre e a humidade das mãos,




investidas por águas de outrora,

incendiadas pelas raízes das árvores que nos foram caminhos




eternos.










Susana Duarte (poema)

Ivano Cetta (foto)






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