junto ao bívio onde se decidem caminhos e guardam romãs.
( a fruta vermelha e o céu irreal, onde o óbvio e o aparente se misturam).
Na viela tortuosa onde a linheira se encima à janela das flores
irei saber de todos os mundos guardados nos dédalos das cores
(e de todas as evidências dos meus sonhos que, pensados, se fraccionam).
Na eira, debulha-se o cereal que se multiplica na mesa, no pão e na casa;
lá, habita a ave que voa no arvoredo onde dormem o ovo e a asa
(e as cores das giestas sabem de cor onde os errantes, viajam).
Estranha ladeira que percorre o chão da ave que traz no bico o algodão
com que teço as esperas num envoltório de pano bordado vivente na mão
(e as flores das romãs trazem os becos onde a noite cai e as ruas cantam).
Há um caminho onde trilhas a noite nas tessituras dos olhares pernoitados
e as ramificações dos dias são as noites do sol; onde os caminhos andados
são lábios que se beijam na ponta das estrelas que te habitam. Sabedoras de ti,
aves circulam pelas vias das flores que desabrocham na raíz do peito aqui,
onde trazes pétalas de rosas, pétalas de hibiscos, pétalas de frésias, pétalas ali,
no jardim das encruzilhadas dos jardins subterrâneos onde escondi as asas.
Na neblina, declina-se o verbo do teu ser. Nas asas da noite, o azul em ti.
A cada órbita, o sol és tu. Roteiro das bermas onde posso repousar.
Susana Duarte
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