ela, a mulher, residia onde o ventre
floria
flores secretas,
renascendo
a vida, na vida secreta das flores.
a mulher sorria, flor dos equinócios
todos do tempo.
no sorriso da mulher, os desencontros
e os abraços sonhados.
ela fora, outrora,
a flor das flores da vida de um abraço,
território sagrado
dos braços dele.
sob a luz raiada de nada,
de uma qualquer manhã de então,
ela ficara só,
dançando a dança
das lágrimas
por sobre os poros dilatados do poema.
e o poema, nascido das flores
outrora secretas,
floriu dias,
pariu noites desiguais
e fez-se rio onde os corpos se encontraram
antes.
agora, o nada habita
as vestes da mulher.
ela renasce dias raiados de palavras,
onde o oceano vazou os segredos
que os braços dele
não ousaram revelar.
Susana Duarte
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