costumava vestir-te do lado avesso da pele.
trazer-te comigo, era trazer-te em mim,
costurado por dentro, alinhavado
nas margens do corpo.
vestia-te,
e sabia-me parte da tua própria pele.
tinhas a forma obcordata das folhas
raras, e as vestes verdes
da primavera.
olhava-te,
e sabia que me vestias de ti. era do lado
avesso da pele, onde te sabia
carne, fruto, e eternidade.
vestia-te,
e o mundo residia nesse limbo de pele.
susana duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
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... num "limbo" em que o poema se veste de ti, vejo-te... "imensa"!
ResponderEliminarAbraço e Bom Ano!
Querido amigo, regressei a este texto e ao teu comentário. Obrigada 🙏💐
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