talvez o nevoeiro tenha espaços sombrios
onde cabem as mãos.
talvez por isso, as
dúvidas te habitem os olhos.
talvez as tuas mãos se tenham perdido,
entre o nevoeiro e o silêncio
das águas.
as águas agitam as mãos
escondidas nas névoas
de Setembro,
e escondem as dúvidas
nas teclas negras do piano.
és o toque abrupto da partida,
e a seda suave sobre o leito.
nas tuas dúvidas, os sonhos;
nas minhas mãos, o peito nú
e a trémula rosa desfolhada.
talvez as mãos caibam onde
cabem os dias. e as noites.
talvez sejas mais do que me lembro,
e menos do que pressinto.
talvez o nevoeiro te esconda o rosto,
e a memória se nutra de absinto.
talvez tu, sobre os dias.
talvez os dias, sobre as névoas.
talvez o silêncio, sobre tudo o resto,
e a infinitude das memórias com que me vestiste.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
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10-10' que bELO manejar poético
ResponderEliminarporque será que gosto tanto da tua poesia?