quinta-feira, 16 de outubro de 2014

casas

somos  casas desenhadas 
no confim dos ossos, 

assombradas
pelos braços incandescentes
da solidão
das águas

somos braços de um céu
cujo azul não se demora,

assombrada a aurora,
e os amanheceres
do corpo

somos casas desossadas
quando o inverno 
nelas mora, 

assombradas pelo riso
ilusório
das bocas

somos tudo, somos nada,
vazio que se preenche
no encontro prenhe
dos olhos,

no encontro dos dedos,

e nos fantasmas 
anódinos
das viagens 
das palavras

somos casas abandonadas,
residentes nos uivos
migratórios 
das solidões anteriores,

braços erguidos 
na procura do conforto
do riso

Susana Duarte


2 comentários:

  1. 8.8.8"
    estive a imAGInar
    como viver nesta casa:
    que bELO devaneaRR
    obRRigadoooooooooooo

    ResponderEliminar
  2. 8.8.8"
    reli
    mas desta x
    perdi-me na foto
    estive a imAGInar
    como viver nesta casa:
    que bELO devaneaRR
    obRRigadoooooooooooo

    ResponderEliminar