a metamorfose dos olhos
reside na curva inesperada dos cílios
onde ficam as névoas e a claridade do olhar,
quando os olhos, mudos, se elevam pelos caminhos
silenciosos das mágoas antigas?
onde ficam as luzes e as quimeras,
quando as mãos [em fuga] navegam
as ausências dos olhares?
a metamorfose das mãos
reside na curva inesperada dos seios,
nos lugares de ontem e na desocultação
do grito
as mulheres são olhares pousados
onde vivem os mistérios, senhoras que são das neblinas
e dos sortilégios
a metamorfose das mulheres é a demanda
feiticeira das paixões, e o grito sonoro
arrancado do peito
Susana Duarte (poema)
Fotografia: Francesca Woodman
Sem comentários:
Enviar um comentário