sábado, 26 de agosto de 2017



não te conheço; todavia, habitas
os lugares da mente e os olhos
dúbios dos lugares que ainda não sei.

talvez saibas onde residem as mágoas
[escondidas] dos dias de antes. talvez
despertes as auroras, e saibas ondear
as marés que temo, que não sei, aquelas
onde os vôos se escondem nas noites
alvoraçadas pelo crocitar de aves
estranhas [perdidas no horizonte,atrás
das nuvens, elas] que me recobrem
quando as névoas me assaltam a pele.


não te conheço; todavia, habitas
os olhares nunca dados, e sorris,
mesmo quando o sorriso desfalece 
no recanto escondido da boca.

talvez te saiba, nos promontórios 
das memórias de todas as vidas,
onde esvoaço as sombras e vivo.

Susana Duarte (poema e foto)
Agosto 2017


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