domingo, 26 de novembro de 2017

há mistérios no dorso
proeminente
das aves surdas,

e sacrilégios em cada plúmula.

das nuvens às árvores, 
as aves perdem os dias
e os dias desencontram-se 

das quimeras.

há, nas aves negras, as toadas
silenciadas pelo ritmo
das vozes.

em cada voz, um vôo perdido

em cada plúmula, um corpo
desencontrado de si

em cada ave, um amor suposto,
e em cada um, um futuro desaparecido
nas brumas

Susana Duarte


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