nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
terça-feira, 27 de novembro de 2018
Findas as rosas e desfolhados os dias
restou este remanso onde a boca se alimenta
da saliva e das vogais inacabadas
e onde nenhum verso pode completar a ode
porque as parcas nos tecem a vida e a morte.
Hoje não é (ainda) o dia em que a casa seja rocha
e os versos sejam luz
hoje é o dia em que o fruto é miraculado
e as preces não dizem adeus
às noites que vieram de longe.
Tão longe…
Custodia Pereira
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