terça-feira, 25 de dezembro de 2018

há um nome 
para todas as coisas.
há um nome

para os voos errantes,
e para as aves trepadoras,
e para as mulheres aladas.
há um nome

para as ondas sobressaltadas,
e para as névoas. há um nome
para as coisas cujo nome
não creio saber,
e para ti. tu, cujo nome não
pronuncio, existes, todavia,
onde as marés alcançam 
a solenidade do sol e
derrotam as angústias
calcificadas nas vertentes 
incorpóreas das palavras, 
e dos nomes, 
que não ouso dizer.

Susana Duarte


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