ESPELHO
Iças-me o corpo
na noite rubra
do desejo.
Iço-te o desejo
na noite rubra
do corpo.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
roubo à rua o sol que me pertence: a clandestinidade indistinta, a sombra das palavras negadas, interditas, ditas onde os terrenos aguard...
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