quarta-feira, 12 de setembro de 2012

SÚPLICA



ouve-me nos movimentos das pálpebras,
onde é sonora a ausência em que habito;
onde se espraiam vozes sumidas; onde
vivem giestas, e piam aves estranhas...


olha-me nos recantos da paixão antiga,
e desnuda-me os ombros de aurora. sê
inteiro, marinheiro das minhas águas e
cálida emoção que se derrete no calor
das minhas lágrimas antigas. sê a luz
onde tudo, dantes, era ilusão de néon.

ama-me. e devora-me os olhos e a boca
e os braços com que te cerco e sinto.

sente, de mim, a lágrima de luz coberta
de seda, onde te deitas e recobres de ser
marinheiro da minha sede. ama. em mim,
encerra as noites de aves estranhas, sê
luz ansiada-procurada-antes interdita. e

ama-me

susana duarte
 
 

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