segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Para os amigos


De entre todos, apenas vós 
tendes direito a ver-me 
fracassar. Onde caio 
entre a vossa irónica 
doçura implacável, convosco 
partilho o pão e o espaço 
e a rapidez dos olhos 
sobre o que fica (sempre) 
para dar ou dizer. 
E de vós me levanto 
e vos levo pesando 
e ardendo até onde 
me ajudais a ser 
melhor ou talvez 
menos só. 

Vítor Matos e Sá, in 'Companhia Violenta'



sábado, 27 de setembro de 2014


Pôr do Sol visto da margem esquerda do Rio Mondego, silhueta do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova.

Foto de Cidônio Rinaldi

"Nessa encruzilhada do desejo e da necessidade, 
não deixes nada: não voltarás lá nunca mais."
___________________________[Omar Khayyam]



procuro palavras novas


aquelas que ainda não versaste,
porque falsas são as palavras que dizes, 
e negra é a alma 
que escondes. atrás da serenidade azul 
do teu espanto, 
encobres as palavras velhas, 
gastas e desusadas, 
do amor
que afirmavas pelas ruas. procuro 
palavras novas, onde 
o teu nome não cabe, 
porque é velho
 o tecido das tuas mãos,
e inútil,
 a afirmação do teu
 "amor".


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

terça-feira, 16 de setembro de 2014

De Walt Whitman, Leaves of Grass

“O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done,
The ship has weather'd every rack, the prize we sought is won,
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring;
But O heart! heart! heart!
O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up - for you the flag is flung - for you the bugle trills,
For you bouquets and ribbon'd wreaths - for you the shores
a-crowding,
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!
This arm beneath your head!
It is some dream that on the deck,
You've fallen cold and dead.

My Captain does not answer, his lips are pale and still,
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will,
The ship is anchor'd safe and sound, its voyage closed and done,
From fearful trip the victor ship comes in with object won;
Exult O shores, and ring O bells!
But I with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.”

sábado, 13 de setembro de 2014

Do Poeta Paolo Staglianó.



[ Frammento d’una poesia d’amore ] Paolo Staglianò




Dovessi narrare ogni accadimento
che visse quella sera verde smeraldo
il sogno : lo sguardo che penetrò
l’abisso senza fondo dei tuoi occhi.
S’io dovessi ,amore ,raccontarmi


[dentro il denso abbaglio:
l’incontro , la parola attenuata
dal calore , dal rosso delle gote:
la pelle , le braccia serrate
intorno alle ignote lande del tuo corpo :

[ le levigate sinuose rotte di quel mare ]
che si slacciava in flutti gocce
dove sublime era il solo navigare:

[Alambicchi storte maghi streghe ]

notti di Sabba dove nacque Amore

Io non vidi oltre quell’oltre :
l’opaco orizzonte che fuggiva
dalla sorte...

frammento da Proxima del centauro di Paolo Staglianò, 2008.



quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Minuto Solidário Montepio

"Quando a APPACDM de Coimbra ganha, ganhamos todos"


Ajude-nos a ajudar. venha conhecer-nos.
A creche e jardim de infância precisam de apoio para a cosntrução de um novo edifício, que permita continuar a ajudar crianças a crescer felizes, olhos nos olhos com a diferença!



“Promises are only as strong 
as the person who gives them ...” 

― Stephen Richards

segredo

(...)



o nada habita

as vestes da mulher.
ela renasce dias raiados de palavras,
onde o oceano vazou os segredos
que os braços dele
não ousaram revelar.

Susana Duarte



segunda-feira, 8 de setembro de 2014

...no site português de fotografia: "Olhares"

http://olhares.sapo.pt/dedicated-ou-o-mundo-inteiro-no-teu-olhar-foto6180853.html#nonav



http://olhares.sapo.pt/-foto6203801.html


http://olhares.sapo.pt/beautiful-pena-foto6196695.html#

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

O Amor (I)

o amor.
o amor é a confluência dos remos,

ou das mãos.


o amor
é, talvez, a estrada
por onde caminham as aves,

e os bicos,
segurando flores novas

e as madrugadas
deixadas sobre os leitos,

de onde voam lágrimas,
para, neles, se deitar

o sol.

o amor.
o amor é a luz depois da noite,

mas é também a noite
dos amantes.
e os seus olhos.

é, talvez, a delonga das cerejas
e a maturação das dores,

e a impossibilidade
das manhãs
lentas
do desespero.

o amor.
é, talvez, a rubra declaração
que o sol faz às ondas
quando, sobre as algas,
penetra as trevas
e ilumina
o oceano.

o amor.

(Susana Duarte)


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Museu Machado de Castro

http://observador.pt/2014/09/02/projeto-museu-machado-de-castro-em-coimbra-recebe-premio-internacional/

terça-feira, 2 de setembro de 2014

José Luís Peixoto

"Io credevo davvero che l'amore é il sangue del sole dentro il sole.L'innocenza ripetuta mille volte nella voglia sincera di desiderare che il cielo capisca. Io credevo che si alzano tempeste fargili e delicate nel respiro vegetale dell'amore. Come una pianta che cresce dalla terra. L'amore é la luce del sole, bevendo la dolce voce di quella pianta. Qualcosa dentro un'altra cosa profonda. Io credevo che l'amore é il senso di tutte le parole impossibili". 


José Luís Peixoto, tradução minha



José Luís Peixoto
..em jeito de remate =)

Verão Português.






 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...