nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
domingo, 30 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
no voo abrupto das aves
voo,
talvez, no voo abrupto
das aves
melancólicas,
e nas fragas
por onde
rolam desejos.
domingo, 23 de novembro de 2014
Maçãs rubras, de Susana Duarte (excerto)
Foto: Henri Cartier Bresson
sobre o leito azul. as rubras maçãs do sorriso
eram manhãs elevadas à eternidade dos corpos dos amantes.
Texto: excerto do Poema "Maçãs Rubras", do livro "Pangeia", de Susana Duarte
(a lançar brevemente, pela Alphabetum Edições Literárias)
sábado, 22 de novembro de 2014
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Escrevo-te
(...)
escrevo-te palavras verdes,
ornadas de levante. olho para as nuvens,
meu triste poeta
solto sobre os ventos traduzidos pelos poros do olhar,
meu triste poeta flávio,
meu triste poema sábio, escrito sobre a pele
(...)
Susana Duarte
"Pangeia"
A lançar brevemente pela Alphabetum Edições Literárias
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
quarta-feira, 19 de novembro de 2014
terça-feira, 18 de novembro de 2014
domingo, 16 de novembro de 2014
EXISTIR
.não existo.
não sou
mais do que o eco ambíguo de uma noite sem voz
uma noite tirou-me o sonho,
outra noite tirou-me a voz
.não me resta senão diluir-me nas marés.
Susana Duarte
"Pescadores de Fosforescências"
Alphabetum Edições Literárias
Dezembro de 2012
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Ella Wheeler Wilcox
We will be what we could be. Do not say,
"It might have been, had not this, or that, or this."
No fate can keep us from the chosen way;
He only might who is.
We will do what we could do. Do not dream
Chance leaves a hero, all uncrowned to grieve.
I hold, all men are greatly what they seem;
He does, who could achieve.
We will climb where we could climb. Tell me not
Of adverse storms that kept thee from the height.
What eagle ever missed the peak he sought?
He always climbs who might.
I do not like the phrase "It might have been!"
It lacks force, and life's best truths perverts:
For I believe we have, and reach, and win,
Whatever our deserts.
"It might have been, had not this, or that, or this."
No fate can keep us from the chosen way;
He only might who is.
We will do what we could do. Do not dream
Chance leaves a hero, all uncrowned to grieve.
I hold, all men are greatly what they seem;
He does, who could achieve.
We will climb where we could climb. Tell me not
Of adverse storms that kept thee from the height.
What eagle ever missed the peak he sought?
He always climbs who might.
I do not like the phrase "It might have been!"
It lacks force, and life's best truths perverts:
For I believe we have, and reach, and win,
Whatever our deserts.
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
domingo, 9 de novembro de 2014
"Mãos Grávidas"
(...)
descansei, após a investida das águas, mãos grávidas
sobre o rosto nu, saliente,
das memórias
dos dias despreocupados de poder ser palavra fértil, poema nascente,
nascente-fontanário de luz.
descansei, as mãos grávidas e o corpo nu.
Susana Duarte
"Pangeia"
A publicar, brevemente, pela Alphabetum Edições Literárias.
A luz
(...)
surge em lugares secretos,
Nos limites do pensamento, onde à chuva se sente melhor o seu aroma;
Quando a lógica morre,
O segredo da terra cresce através dos olhos,(...)
___________________________[Dylan Thomas]
terça-feira, 4 de novembro de 2014
foi o beijo, e não a morte
foi o beijo, e não a morte, que venceu a noite. foi o beijo.
foi o beijo que iluminou as ondas, incautas e altivas, onde
o mar arredava os gritos e os medos confrontados pelos
lábios, onde o beijo, vivo como a vida inscrita nas veias,
desfez o grito das aves. foi o beijo, que me levou,
quando o dia se desfez em lágrimas de escura e fria
chuva. foi o beijo, e não a morte, que venceu os lábios.
Susana Duarte
domingo, 2 de novembro de 2014
Eis-me
Eis-me
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face
Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo
[em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'
Tendo-me despido de todos os meus mantos
Tendo-me separado de adivinhos mágicos e deuses
Para ficar sozinha ante o silêncio
Ante o silêncio e o esplendor da tua face
Mas tu és de todos os ausentes o ausente
Nem o teu ombro me apoia nem a tua mão me toca
O meu coração desce as escadas do tempo
[em que não moras
E o teu encontro
São planícies e planícies de silêncio
Escura é a noite
Escura e transparente
Mas o teu rosto está para além do tempo opaco
E eu não habito os jardins do teu silêncio
Porque tu és de todos os ausentes o ausente
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Livro Sexto'
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