escreverei à meia noite do poema,
onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.
escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram o pó
dos teus passos.
escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.
morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.
é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.
Susana Duarte
urge confluIR
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