sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

não sei de que falas, quando falas de amor






não sei de que falas, quando falas de amor,

nem o que dizes, quando me cicias flores de espanto

nos ouvidos-maio 

onde os cabelos descobrem 

nuvens novas  de sede e de adeus 

aos lamentos. não sei de que falas, quando prometes

madrugadas novas e algaço,

mar das minhas mãos, sargaço azul

de peixes voadores. não sei de que falas.



tornaste-te um estranho, 

aurora plúmbea de todas as areias, raro

como as noites boreais 

que nunca verei.




estranho ser que te descobres vertente úmbria

dos sonhos, imagem breve

da retina solta, imagem solta de um olhar breve,

poeta-imagem do corpo de outrora,

onde o dia se faz noite, e a noite, essa,

já não se demora sobre mim.

Susana Duarte



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