adormeço as palavras
sobre a lua indigente,
sôfrega de céus e de lavras.
durmo eu, sobre as noites de outrora,
inventando palavras de noite
e de espanto
-onde a lua cai sobre mim
e me invento barro, distância
e canto.
sou um esquisso,
noite inacabada, movimento de águas
revoltas sob uma lua ao mesmo tempo tudo,
ao mesmo tempo nada,
tão indigente quanto os gatos
na estrada,
ou as mulheres desertas.
Susana Duarte
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