terça-feira, 4 de outubro de 2022

 adormeço as palavras 

sobre a lua indigente,


sôfrega de céus e de lavras.


durmo eu, sobre as noites de outrora,

inventando palavras de noite

e de espanto 


-onde a lua cai sobre mim

e me invento barro, distância

e canto.


sou um esquisso,

noite inacabada, movimento de águas

revoltas sob uma lua ao mesmo tempo tudo,

ao mesmo tempo nada,


tão indigente quanto os gatos 

na estrada,


ou as mulheres desertas.


Susana Duarte

Sem comentários:

Enviar um comentário

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...