aconchego o silêncio onde renovo
as palavras adormecidas. encontro-o
nas ausências, e sou sombra das intenções.
aconchego o teu silêncio onde permaneces
quimera, estátua de sal ou ave derramada.
onde a morte desassossega os vivos,
sou quem não quis ser, e de ti, não sei.
encontro o silêncio cartografado na pele,
onde nada escreves,e onde vivem
as linhas vorazes de um vôo anterior à vida.
escrevo vozes. no lugar da vida,
eis a ausência das palavras.
Susana Duarte
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