é, então, isto o Amor:
a quieta submissão da vida
aos braços do Outro de nós,
roteiro das bermas
onde podemos descansar.
é, então, isto:
a eternidade quieta
dos momentos de silêncio, o olhar
aquático das noites e o corpo
posto em sossego
diante da aurora.
é, então, isto o Amor:
sol primevo dos sorrisos,
pegada indelével sobre os cílios,
impressão digital do peito
sobre as sombras
de outrora.
é, então, isto a vida,
seiva segregada na ponta dos dedos,
trevos que te nascem das mãos
quando, num sorriso, afloras
a alma antiga
que carrego dentro.
Susana Duarte
(Para ti, Pedro)