quinta-feira, 27 de junho de 2013

My poem, my poet, a poem from his hand, and from my heart, to be given to my love...






"I carry your heart with me (I carry it in my heart)I am never without it (anywhere
I go you go,my dear; and whatever is done by only me is your doing,my darling)
I fear no fate (for you are my fate,my sweet)I want no world (for beautiful you are my world,my true)
and it's you are whatever a moon has always meant and whatever a sun will always sing is you

here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud and the sky of the sky of a tree called life; which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart

I carry your heart (I carry it in my heart)” 


e.e.cummings


terça-feira, 25 de junho de 2013




redescobre-me os braços, estendidos sobre a noite, e derrama sobre mim a infinitude do teu abraço

segunda-feira, 24 de junho de 2013



Al mondo vi è un'unica via che nessuno oltre a te può fare: dove porta? Non domandare: seguila.

Friedrich Nietzsche, Schopenhauer come educatore, 1874

Foto: Susana Duarte


domingo, 23 de junho de 2013



 Apresentação de "Pescadores de Fosforescências", de Susana Duarte, por Isabel Vilhena, na livraria Bertrand do CC Vasco da Gama. 15 de junho '13.























sábado, 22 de junho de 2013

talvez os braços sobre o ventre,
ou a serena mansidão da espera intermitente.

escolho os braços,
e deixo de parte a antiguidade dos sonhos.
escolho os braços.


talvez os olhos claros sobre os dedos,
ou a interioridade do ventre
sobre os interstícios dos corpos.
escolho os braços

e a noite clara.

talvez sejas o sonho dissipado na névoa
das manhãs de outrora.
ou a memória viva
da pele
sobre a pele.

escolho os braços,
e deixo de parte a espera.
espreito o dia, como um espreita-marés
que, sobre os flancos, olha as margens

e navega sereno sobre os braços.


antes os braços com que me passeias
sobre o ventre, que os interstícios infindos
de corpos sem flanco.












Fonte: RTP 



"A Universidade de Coimbra, a Alta e a Sofia foram classificadas como património mundial, na reunião da UNESCO que está a decorrer em Phnom Penh, no Camboja.

Numa nota enviada à Lusa, o reitor da UC, João Gabriel Silva, afirma que "mais do que o reconhecimento do valor arquitetónico do complexo universitário de Coimbra, esta decisão da UNESCO sublinha o valor universal da cultura e da língua portuguesas e reconhece o papel central que Portugal teve na formação do Mundo, tal como hoje o conhecemos".

O comunicado realça ainda que, para comemorar a inscrição da Universidade de Coimbra -- Alta e Sofia na lista do Património Mundial da Humanidade, o reitor convida à participação de todos na iniciativa "Coimbra em Festa", a decorrer na Praça do Comércio, na Baixa de Coimbra, a partir das 16h00 de domingo.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros considerou hoje que a classificação de Coimbra como património mundial da UNESCO beneficiará "a economia, o turismo, o conhecimento e o cosmopolitismo" da cidade, mas também é "muito prestigiante" para Portugal.

"É um grande dia para Portugal e para Coimbra. A meritória candidatura a património mundial passou com brilho e beneficiará" a cidade em várias áreas, afirmou Paulo Portas numa declaração escrita enviada à agência Lusa.

A comissão do património mundial da UNESCO, que se reúne na 37ª sessão anual no Camboja, deve analisar, ao todo, a inscrição de 31 locais naturais e culturais na lista do património mundial.

Esta manhã, a UNESCO inscreveu na lista o monte Fuji, um dos símbolos mais conhecidos do Japão, na lista do património mundial. Com 3776 metros de altura, o monte Fuji "inspirou artistas e poetas  e tem sido objeto de peregrinação durante séculos", assinalou a UNESCO."





quinta-feira, 20 de junho de 2013



AMOR




a mulher desnuda a alma luzente,
semeadora de luzes

onde a luz poente 

se detém...abismo 

de onde se levantam as luzes do ventre,


e se vislumbram transparências 




na lucidez
das águas; nela, crescem e se afundam mágoas, 


e as esguias margens de um rio. 




a mulher desnuda-se nos braços amados,


plantadores de sementes 


onde as névoas se dissipam

e as quedas acontecem no seio dos abraços

devolutos à sua eterna condição




de Ser em outrém,


na bravura das ondas que são corpos,
movimentos sincopados

de um oceano vivo

dentro dos olhos, 

ágape dos cristalinos,

melopeia coralina

das imagens dos amantes.



amar acontece no espaço do corpo

onde tempo e distância se tornam 

universo inexistente. 




primavera de giestas vivas

onde a lava incandescente
são folhadas caídas da pele,

escamas vivas de sermos Um, 




na imensa amálgama do universo.




Susana Duarte

Foto: Susana Duarte, Bairro Alto, Lisboa
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terça-feira, 11 de junho de 2013





CAMINHOS

____seguirei sempre as ondas dos teus cílios____



escrevo-te a partir da noite, onde os olhos marejam
                                 cerejas bravas, aquelas que engoli quando partiste.

escrevo-te a partir das sombras onde os cabelos gotejam
                                 lágrimas de sol e de sal e de noite e de feitiços,
                                 e as pálpebras refletiram as coisas todas que viste,
                                                      e eu vi; e eu, vi-as em ti: os dias da rubra
                                                      penumbra dos leitos dos amantes, ágape
                                                      dos corpos, antes que a solidão os cubra. 

escrevo-te a partir da noite, onde feiticeiras volteiam
                                 e dançam, como papoilas celebradas, renascidas, 
                                 rubras como os lábios, que me deixaste sós, ventre
                                 desmaiado sobre a praia, onde os rumos das  aves
                                 são rotas por nascer. desmaio em traves ladeirentas,
                                 que não consigo subir, por entre olhares sonhados:
                                 e eu vi todas as coisas em ti- os dias da amora rubra
                                 voltam a mim como sonho que se demora. ocupas-me


____os dias em que te escrevo, e as noites em que te sinto. ocupas tudo o que sei. como um rio que transborda. como uma maré que seguirei, como as ondas dos teus cílios.____

Susana Duarte
Foto de Ivano Cetta 

                    





sábado, 8 de junho de 2013

faltas-me.

na insubmissa saudade que me traz névoas,
falta-me o ângulo solar do teu sorriso. habituei-me
à ausência dos lábios, nunca me habituando à ausência
do que pressinto. faltas-me.

é longa a lisura dos braços que me acolhem saudades
mansas, despidas da bruma antiga, onde habitas
todos os recantos breves das palavras que dizemos.
faltas-me no ar que me respira e vive.

faltas-me,
sobretudo, onde a noite se faz longa estrada percorrida
pela cadência agreste das silvas que entoam cantos
de coruja nos locais onde a lua interpela os amantes.
faltas-me nas ondas do cabelo, que dantes revolvias
com dedos seguros. faltas-me onde me sabes e sabes-me
onde o mundo se oculta de mim e eu, dele me escondo.

faltas-me.

na insubmissa saudade dos mares outrora atravessados
de carícias, falta-me o ângulo solar dos teus dedos. habituei-me
à ausência dos beijos, nunca me habituando à ausência do que pressinto
e sei. faltas-me. todos os dias.

Susana Duarte
Poema e foto



terça-feira, 4 de junho de 2013

Estranheza



serás sempre a face trilobada das folhas de ar onde volteio

danças de serenidade e luz; as flores das folhas dos prantos

de manhãs antigas, e a luz cadente do sol que navega.




serás sempre a face lunar das ondas de onde veio 

a luz estranha das manhãs de névoa; os encontros e os recantos

dos dias em que a chuva nos encantou, e a estranheza 

do choro incessante sobre o qual a barca da aurora chega.




poderás ser o que quiseres, se romperes a luz clara 

das tuas noites, e viajares sobre o brilho das estrelas de então.




serás, nesse momento, o brilho vermelho e o pulsar 

intermitente do que te agita o peito e te vive (n)o coração.


Susana Duarte
Poema e foto, como (quase) sempre =)






QUADRIFÓLIO

Nascem trevos das pontas dos teus dedos, e de teus trevos nascem flores

azuis. Dedilhando canções ou…trocando segredos, as flores são sonhos,

as flores são medos, litania cantada em noite de trovoada e as palavras…segredos

( de noites sem fim).




Segredos sussurrados onde demos a mão e seguimos na eira, povoada

por fantasmas de outra canção. Saio de ti, em ti saio de mim, e entro na água

que me percorre, no seio da lua onde deixei a Luz incerta abrigada

(e os trevos me deram a mão).




As barcarolas seguem caminho onde sonhei… nascem segredos da ponta

dos dedos. Fico de mão dada contigo, e de ti leio sinais. Sinais de passagem,

sinais de ilusão… sinais de sinais na ponta da mão onde o sol desponta

(e a noite entoa-te em mim).




Nas palmas, nas palmas das mãos, tens trovas invulgares e séculos de paixão,

cantados num Cancioneiro onde agitei a luz e te disse que estou aqui, de vento

na lua e dedos na alma, onde um sábio guerreiro parou e lavou a voz da solidão

(de trevos que nascem da tua, de trevos que nascem da minha mão).




És o Romanceiro onde o sol flutua e a noite é a voz que acalma o canto

da coruja. Pois és vida e saber, reflectidos na água, sussurrados na planície

onde a estrela branca do dia encantou e sussurrou a promessa e o encanto.

(E ali, jurou… ).




E da jura, nas pontas dos dedos nasceram trevos. Erva-do-amor. Flor

eterna, eterno trovador, que as asas do sol e o azul do mar, fizeram terna luz.




(Nascem trevos)

………………….das pontas dos teus dedos……………………




Susana Duarte

(escrito em 2011)


domingo, 2 de junho de 2013

Luz-semente




baixa as tuas mãos sobre a lua, 
e devolve-me a luz. destapa as sombras
das auroras nubladas e devolve-me a luz.

sê, de todas as manhãs, a evidência florescente
de todas as primaveras. na noite, despoja-me de sombras
e das névoas que trago nos olhos. e sobrevoa-me a pele,
e arranca-me os ossos da espera, e retira-me das crostas
dos dias estranhos. na viagem das veias, sê a promessa


de uma manhã clara, onde as mãos são segredos
e os segredos são apenas o regresso à raiz do ventre.

sê, em cada veia, a única luz que reconheço. dos deuses,
capta os sons das asas. mitiga, com o pó dos dias, 
a estranheza das noites. e, na viagem, sê. 

sê comigo. sê em mim. sê a vida onde me sinto.
________semente_________absinto__________


susana duarte

 metade de mim é silêncio. onde o silêncio habita as margens das veias, habita igualmente o mar tempestuoso  dos meus pensamentos. metade de...