terça-feira, 4 de junho de 2013



QUADRIFÓLIO

Nascem trevos das pontas dos teus dedos, e de teus trevos nascem flores

azuis. Dedilhando canções ou…trocando segredos, as flores são sonhos,

as flores são medos, litania cantada em noite de trovoada e as palavras…segredos

( de noites sem fim).




Segredos sussurrados onde demos a mão e seguimos na eira, povoada

por fantasmas de outra canção. Saio de ti, em ti saio de mim, e entro na água

que me percorre, no seio da lua onde deixei a Luz incerta abrigada

(e os trevos me deram a mão).




As barcarolas seguem caminho onde sonhei… nascem segredos da ponta

dos dedos. Fico de mão dada contigo, e de ti leio sinais. Sinais de passagem,

sinais de ilusão… sinais de sinais na ponta da mão onde o sol desponta

(e a noite entoa-te em mim).




Nas palmas, nas palmas das mãos, tens trovas invulgares e séculos de paixão,

cantados num Cancioneiro onde agitei a luz e te disse que estou aqui, de vento

na lua e dedos na alma, onde um sábio guerreiro parou e lavou a voz da solidão

(de trevos que nascem da tua, de trevos que nascem da minha mão).




És o Romanceiro onde o sol flutua e a noite é a voz que acalma o canto

da coruja. Pois és vida e saber, reflectidos na água, sussurrados na planície

onde a estrela branca do dia encantou e sussurrou a promessa e o encanto.

(E ali, jurou… ).




E da jura, nas pontas dos dedos nasceram trevos. Erva-do-amor. Flor

eterna, eterno trovador, que as asas do sol e o azul do mar, fizeram terna luz.




(Nascem trevos)

………………….das pontas dos teus dedos……………………




Susana Duarte

(escrito em 2011)


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