sábado, 12 de abril de 2014

as mãos desfazem-se onde os olhares não chegam

as mãos desfazem-se onde os olhares não chegam.
é onde os corpos se arqueiam, inundados por outros 
corpos, navegantes estrangeiros dos mares profundos,
que os sonhos, como as mãos, despedaçam  madeiras
das distâncias. as mãos desfazem-se onde os olhares
são fortuitas navegações entre um e outro olhar, entre
um e outro corpo, entre uma e outra suave aspiração 
a ser. onde os olhares não chegam, não chegarão vozes, 
e não chegará, certamente, o toque sedoso da pele.
as mãos desfazem-se onde se anuncia a madrugada só.
só onde as mãos se encontram, se anunciam 
noites boreais.

Susana Duarte


1 comentário:

  1. As mãos seguram os versos inacabados
    enquanto o corpo se desfaz na distância

    Belo

    Bjo.

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