domingo, 27 de abril de 2014

os meus braços curvos foram ao encontro da madrugada do teu nome

os meus braços curvos foram ao encontro da madrugada do teu nome

içaram manhãs, por entre pedaços de madrepérola, encontrando praias
onde as conchas se perderam. levantaram voo, os meu braços, ao encontro
das mãos que me ofereces. encontrá-las-ão, os meus braços. 

preciso que não desistas. não ergas nevoeiros onde os braços te fogem,
nem plantes árvores gigantes para te cercares onde os voos todos 
do meu corpo te não encontrem. saberei sempre onde estás, se perto 
de mim, todavia, ficares. os meus braços curvos são aves sonâmbulas,
porventura estranhas, porventuras raras, na procura da imensidão 
da paixão. içaram algas, os meus braços curvos, salientes nos ossos
de todos os ramos, secos, de árvores gigantes. encontra-os, não desistas.

fica comigo. saberei erguer os braços sobre ti, envolvendo-te o peito
com todas as suaves carícias dos meus dedos. preciso que fiques.
procura-me. estarei onde encontrares os meus braços.


Susana Duarte

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