sexta-feira, 25 de abril de 2014

Com as mãos. Porque é Abril.


Com mãos se faz a paz se faz a guerra.

Com mãos tudo se faz e se desfaz.

Com mãos se faz o poema - e são de terra.

Com mãos se faz a guerra - e são a paz.




Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.

Não são de pedras estas casas, mas

de mãos. E estão no fruto e na palavra

as mãos que são o canto e são as armas.




E cravam-se no tempo como farpas

as mãos que vês nas coisas transformadas.

Folhas que vão no vento: verdes harpas.




De mãos é cada flor, cada cidade.

Ninguém pode vencer estas espadas:

nas tuas mãos começa a liberdade. 

(manuel alegre)





1 comentário:

 a tristeza é um túnel  onde a procura do sal e do fogo nada diz (aos outros)  sobre as ausências  (que são as nossas). sei do sal e do fogo...