amarei sempre a praia improvável dos dias
e a serenidade solar de agosto. cedo chegará
o tempo das uvas e do mosto e dos luares
precipitados nas encostas. é das noites,
que gostas, e da brisa suave que impele
as nuvens. mas eu amarei o mar e o azul
onde se espelham as asas das aves marinhas.
amarei a litania das ondas onde deito as pedras
e suavizo os ângulos secos do sorriso.
amarei sempre a nudez improvável da alma
e o deserto dos olhos serenados pelo azul,
deserto pleno de imagens e de leituras anteriores.
amarei sempre as praias de todos os amores,
e a luz praienta onde me deito.
serei sempre agosto e as cigarras,
e os dias todos que vivi. agora, e aqui,
deito na água os dias de ontem
e as mágoas espalhadas no algaço.
o som das ondas residirá, sempre, no abraço
aquático com que constróis a areia.
Susana Duarte
há 1 ano...
ResponderEliminaragHora fixei-me na "litania das ondas"
e nos "olhos serenados pelo azul"
7.11.7"