confundo sempre a chegada das flores
com a miragem do regresso, embora saiba
com exactidão onde residem as memórias.
confundo a chegada das flores com os dias
das imagens interditas-entre ditos-entre dentes
do desejo e das auroras desfolhadas.
mas não sei onde nascem as corolas,
nem onde se movem os dias insistentes-demorados
da partida. cantar a chegada das flores
soa, assim, ao canto fantasma das cotovias,
demoradas elas mesmas nos espaços abertos
das almas amanhecidas nas vertentes solares
das procuras e das almejadas marés azuis
onde, dantes,moravam os ombros
e os corpos todos da espuma e do ar sobrevoado
por entre os interstícios das peles.
Susana Duarte
que bELO confundir...
ResponderEliminarao MEIO DO DIA