ondeio flores por onde as névoas se dissipam
e ondulo onde as águas magoadas me despem
navego onde as aves perderam os bicos, e as ondas
trazem os algaços do mundo, solitários, enredados
procuro, onde as flores dissipadas caem de árvores
e as árvores são de um verde-azul inexcedível
o teu corpo ondeia sobre mim, e sobre o mar,
nos pensamentos que, cobertos de plumas,
sofregamente se movem entre as tuas pernas
e, fugidios, mais rápidos que elas, deslizam
por entre os teus olhos. teimo em vê-los onde apenas as ondas
e as aves
e as névoas
existem.
Susana Duarte
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