segunda-feira, 23 de março de 2015

ondeio flores por onde as névoas se dissipam

ondeio flores por onde as névoas se dissipam
e ondulo onde as águas magoadas me despem 

navego onde as aves perderam os bicos, e as ondas
trazem os algaços do mundo, solitários, enredados

procuro, onde as flores dissipadas caem de árvores 
e as árvores são de um verde-azul inexcedível

 o teu corpo ondeia sobre mim, e sobre o mar,
nos pensamentos que, cobertos de plumas, 
sofregamente se movem entre as tuas pernas
e, fugidios, mais rápidos que elas, deslizam

por entre os teus olhos. teimo em vê-los onde apenas as ondas

e as aves
e as névoas

existem.



Susana Duarte

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