sexta-feira, 20 de março de 2015

deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência. diz-me
onde residem



 os poemas, e revela-me a luz de outrora.

deita-te nos meus braços,
e fala-me da saudade. diz-me 

onde reside a sede, e a fome, 

e a vontade de ser abraço, poema
inscrito num braço, 

que me prende e segura. conta-me 
dos dias sonoros,
e da velocidade dos movimentos 

dos dedos, quando, maravilhados,
inscreveram em si próprios 

o poema. deita-te a meu lado,
e reencontra, no corpo que se arqueia,


as palavras que procuras.

e fica. fica a meu lado,
e revela-me as ondas da paixão,


os olhares que desnudam, e a alegria
de se ser 
onde o poema se inscreve 

na carne.

deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência.

susana duarte



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