nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
terça-feira, 26 de abril de 2011
AURORA planeada
Planeei uma Aurora...
onde todos possam saber
a magia de amar e querer
o doce toque de umas mãos...
Planeei uma Aurora...
onde a ventura de ler os olhos
de quem ama e sorri,
e neles vive,
seja presente em cada raio
breve
de LUZ.
Planeei uma Aurora...
onde se vive como se,
lá fora,
apenas
deserto houvesse.
Apenas
chuva caísse.
E as magnólias fossem dedos de chuva...
...fossem dedos que se expandem das mãos
e atingem o céu,
a partir de onde conseguiria ver
cada momento teu.
(Susana Duarte)
ABSINTO
Fala de mim, se a suave mão da noite te permitir sonhar…
_______________________________________________
Se a ave da noite soar uma nota que conheças, e o teu sonho
……….abraçar a pedra que rola do alto de um penhasco……
… se a tua voz for a eterna chuva que dilui a areia do deserto
(e traz sementes que, no seio de um raio de sol, germinam)…
… se a tua voz for o canto sereno e o encanto terreno de uma
camponesa ………….que ergue o braço que segura o trigo……..
…fala de mim, na seda que inscreveu caracteres orientais na pele…
Fala de mim, se a seda da pele for a palavra que inscreves no ar…
______________________________________________________
Se a voz entoada na raiz do poema for a luz que captas na fotografia
…………………………..da razão que agora abandono……………………………
…se a flor do deserto for a sonora asa de condor que em ti ostentas
e trazes, soturna, em imagens que os sonhos embalam no azul onde voas.
…se és a Canção que a rua dedica a uma lua que se fez feiticeira e, de ti,
trouxe a pauta onde escrevo notas invisíveis de um teclado sonoro de gritos
……………………………………………….mudos…………………………………………………..
................fala de mim…. Ou seremos apenas enigma…………………..
Caracol de cabelo escondido num grifo. Grito mudo que consinto. Absinto.
(Susana Duarte)
segunda-feira, 25 de abril de 2011
DANDELION
…Cada letra do teu nome foi inscrita na minha pele…
Cada verso que escrevo, é escrito nela, é inscrito nele.
____________________________________________
Soprei ao vento as letras com que compus o teu nome,
para que cada uma delas se enchesse da minha voz
e gritasse o encanto com que te escrevo, com que te canto.
E, no vento quente do deserto, deixei arder a minha noite
nas letras que escrevi. Nas letras que conheço…e falam de ti.
Saberias, pela voz do vento, que em ti residia o pensamento.
Silêncios noturnos que acontecem em mim, na escolha das bermas
onde deixei repousar as pétalas que soprei. Repouso onde me sei
a teu lado.
Cada pétala é uma letra onde, com canetas de arroz e mel, escrevi
a palavra que descreve o caminho onde construí uma estrada larga.
Cada caule é um tronco de cerejeira onde florescem rosas de chá.
Cada dente-de-leão é uma semente que se espalha no sol do meu dia,
janela que se abre na tarde da expectativa e pegada inscrita em mim.
… Dandelion. Flor de licor de sementes e inflorescências. Alegria…
(Susana Duarte)
domingo, 24 de abril de 2011
NOME
...
É na noite que se escreve o Poema que tem o teu nome e a tua voz.
É no Silêncio que se inscreve a forma que nos transformou em Nós.
Na hora marcada pela Quimera e a Ilusão, deixei a palavra voar
e seguir-te os olhos, até onde reside o Idílio da nossa Paixão.
Poemeto que trago nos dedos... e nos dedos trago a Mão
que anuncia a carícia e a Rapsódia da devoção
ao olhar que tornei meu. Cantata.Poema
de Amor. Canção à noite escrita,
fragor. Eterna Aurora.
Mão em mim.
Mão em ti.
Nós.
Poema e foto Susana Duarte
É na noite que se escreve o Poema que tem o teu nome e a tua voz.
É no Silêncio que se inscreve a forma que nos transformou em Nós.
Na hora marcada pela Quimera e a Ilusão, deixei a palavra voar
e seguir-te os olhos, até onde reside o Idílio da nossa Paixão.
Poemeto que trago nos dedos... e nos dedos trago a Mão
que anuncia a carícia e a Rapsódia da devoção
ao olhar que tornei meu. Cantata.Poema
de Amor. Canção à noite escrita,
fragor. Eterna Aurora.
Mão em mim.
Mão em ti.
Nós.
Poema e foto Susana Duarte
Eternidade
Chorar as lágrimas do espanto
de te saber flor em mim.
Canto
que a noite encerra. Jasmim
em flor. Jasmim feito amor.
Primavera que encerra o cálice
que bebi em teus olhos.
Derrama
as palavras que nutrem o âmago
de uma caminhada em espera.
Suspensa no olhar que ama
a via que se percorre,
que desespera na água que se solta
da noite e
chama
pelo caminho que o sol faz reluzir
e pelo brilho de uns olhos eternos.
Susana Duarte
de te saber flor em mim.
Canto
que a noite encerra. Jasmim
em flor. Jasmim feito amor.
Primavera que encerra o cálice
que bebi em teus olhos.
Derrama
as palavras que nutrem o âmago
de uma caminhada em espera.
Suspensa no olhar que ama
a via que se percorre,
que desespera na água que se solta
da noite e
chama
pelo caminho que o sol faz reluzir
e pelo brilho de uns olhos eternos.
Susana Duarte
quinta-feira, 21 de abril de 2011
MARAVILHA
A maravilha é um malmequer do campo,
o espanto, a admiração... se, serena a luz do dia,
me escondo na floração de uma asa, de luz e cores em tons
de azul, que instigam sons de amores, e cores de terras do sul.
Sabes da flor noturna do deserto que, despovoado da água e da vida,
esconde a ave eremita que em volta de si, em voo rasante, orbita, reaviva....
Sabes da sáfara calcorreada pelo beduíno...a erosão abandonou areia
e a areia abandona o chão. E o chão abandona o vôo, e a tua mão.
E a sereia que outrora cantava, sabedora de segredos do mar,
abandonou a cauda e, em redor do deserto, deixou-se
levar, em suave abandono; e a flor também quis;
e a vontade unida aos ciclos da lua, levou
o vento à rua...a tempestade começou
e deixou o encanto à porta.
(Susana Duarte)
o espanto, a admiração... se, serena a luz do dia,
me escondo na floração de uma asa, de luz e cores em tons
de azul, que instigam sons de amores, e cores de terras do sul.
Sabes da flor noturna do deserto que, despovoado da água e da vida,
esconde a ave eremita que em volta de si, em voo rasante, orbita, reaviva....
Sabes da sáfara calcorreada pelo beduíno...a erosão abandonou areia
e a areia abandona o chão. E o chão abandona o vôo, e a tua mão.
E a sereia que outrora cantava, sabedora de segredos do mar,
abandonou a cauda e, em redor do deserto, deixou-se
levar, em suave abandono; e a flor também quis;
e a vontade unida aos ciclos da lua, levou
o vento à rua...a tempestade começou
e deixou o encanto à porta.
(Susana Duarte)
quarta-feira, 20 de abril de 2011
FUGA
Na música do encontro, bailam as notas da melodia
que, presas no mel da noite, e tocadas na luz do dia…
se desprendem de uma gota de chuva alheada do sol
...e se tocam nos ombros da tarde onde, lesta, se move
a pressa de sonhar.( A pressa de ter a tarde no rosto).
A vontade de mosto, em tarde de Setembro. O doce
suor de Maio, uma chuva de Novembro. (De onde és?)
Na uva sacarina de uma música que se sobrepõe a mim,
A fuga é o contraforte de sons abertos ao dia.(Melodia).
Notas que fogem de outras, em alegre consonância,
na alegria com que derramas a voz no toar da Canção.
Diafragma de uma debandada de aves inscrita na noite.
Apóstrofo de um diálogo. Ave solta. (Céu azul. E Evasão.)
Susana Duarte
que, presas no mel da noite, e tocadas na luz do dia…
se desprendem de uma gota de chuva alheada do sol
...e se tocam nos ombros da tarde onde, lesta, se move
a pressa de sonhar.( A pressa de ter a tarde no rosto).
A vontade de mosto, em tarde de Setembro. O doce
suor de Maio, uma chuva de Novembro. (De onde és?)
Na uva sacarina de uma música que se sobrepõe a mim,
A fuga é o contraforte de sons abertos ao dia.(Melodia).
Notas que fogem de outras, em alegre consonância,
na alegria com que derramas a voz no toar da Canção.
Diafragma de uma debandada de aves inscrita na noite.
Apóstrofo de um diálogo. Ave solta. (Céu azul. E Evasão.)
Susana Duarte
domingo, 17 de abril de 2011
Canção do Ausente
Dançarei só.
Dançarei a voz de um conto
onde uma menina sonhava encantos
e as aves soavam encontros de luz e calor
e as brumas eram sempre içadas pela voz da paz
...e a paz era tudo, e era sempre, nas margens do rio.
Do rio de uma aldeia imensa, na voz da luz que a manhã
levanta, a menina canta e as vozes sussurram a dança futura
de um dia, um dia em que, talvez, a música do encontro não se chamasse
AUSÊNCIA
Susana Duarte
Dançarei a voz de um conto
onde uma menina sonhava encantos
e as aves soavam encontros de luz e calor
e as brumas eram sempre içadas pela voz da paz
...e a paz era tudo, e era sempre, nas margens do rio.
Do rio de uma aldeia imensa, na voz da luz que a manhã
levanta, a menina canta e as vozes sussurram a dança futura
de um dia, um dia em que, talvez, a música do encontro não se chamasse
AUSÊNCIA
Susana Duarte
segunda-feira, 11 de abril de 2011
PLÚMULA
Deixarias que dormisse nesse pequeno recanto
onde a noite brilha no sossego de uma guitarra?
...Deixarias que a noite quieta se instalasse no canto
da noturna asa onde me escondo agora… calada
pela fulva pena com que escrevo palavras no vento?
Teu rosto, é doce tormento na doçura que escorrega
pelas asas do teu voo. Meu silêncio é o teu lamento.
Grifo-enigma que sobrevoa o deserto que nos segrega.
É implume o amor? Veste branca em noite azul-cetim?
Vestes reconciliadas de um voo que rema no lago de damas
de lendas, estórias vividas por homens-mulheres-por ti-e por mim…
Tectriz ou tristeza… choras a lágrima azul do viver-não estar?
Silêncio triangular de um rosto furtado ao sonho de uma cítara
que move as nuvens e as afasta de mim? Há cirros a pairar.
Nuvens de grande altitude que viajam na alegre vivência de mim?
Gaia. Gaia- mãe e Eu em Ti. Interdito. Entre-ditos. Entre-dedos.
Entre Ti-e- Mim. Entre-luas. Entre-ruas. Entre-nós. Entre-penas.
Plúmulas são momentos pacientes no calor de uma plumagem.
Nuvens altas de algodão que se escondem na aragem. Noite quente
de ave ausente, de si própria reprovada, terna noite só sonhada onde
a ave lança voo nesta noite de cetim… Volante e impressiva digital,
penosa paragem, coroa que orna os olhos e ilumina o momento mudo
remanescente de um momento plenário de flores nas estrelas. Rosa.
Rosa-pessegueira-navegante-de chá bebido-em poema feito prosa.
(Susana Duarte)See more
onde a noite brilha no sossego de uma guitarra?
...Deixarias que a noite quieta se instalasse no canto
da noturna asa onde me escondo agora… calada
pela fulva pena com que escrevo palavras no vento?
Teu rosto, é doce tormento na doçura que escorrega
pelas asas do teu voo. Meu silêncio é o teu lamento.
Grifo-enigma que sobrevoa o deserto que nos segrega.
É implume o amor? Veste branca em noite azul-cetim?
Vestes reconciliadas de um voo que rema no lago de damas
de lendas, estórias vividas por homens-mulheres-por ti-e por mim…
Tectriz ou tristeza… choras a lágrima azul do viver-não estar?
Silêncio triangular de um rosto furtado ao sonho de uma cítara
que move as nuvens e as afasta de mim? Há cirros a pairar.
Nuvens de grande altitude que viajam na alegre vivência de mim?
Gaia. Gaia- mãe e Eu em Ti. Interdito. Entre-ditos. Entre-dedos.
Entre Ti-e- Mim. Entre-luas. Entre-ruas. Entre-nós. Entre-penas.
Plúmulas são momentos pacientes no calor de uma plumagem.
Nuvens altas de algodão que se escondem na aragem. Noite quente
de ave ausente, de si própria reprovada, terna noite só sonhada onde
a ave lança voo nesta noite de cetim… Volante e impressiva digital,
penosa paragem, coroa que orna os olhos e ilumina o momento mudo
remanescente de um momento plenário de flores nas estrelas. Rosa.
Rosa-pessegueira-navegante-de chá bebido-em poema feito prosa.
(Susana Duarte)See more
sábado, 9 de abril de 2011
NÁUTICO
NÁUTICO
Não me deixes afundar-te os sonhos.
__________________________________
Permite-me, apenas, que o piano soe,
...e entoe o bater descompassado de estar
na superfície de uma noite eternamente
tua. Noite eternamente…nua… eternizar
os dias e glorificar as noites de seda quente.
____________________________________
Não me deixes afundar-te os sonhos.
____________________________________
Deixa-me navegar na impossibilidade de ser
a proximidade anunciada que percorres em mim.
Na ausência de asas, voarei assim. Costeira…
Deslizo na pele do sono de um dia sem fim.
Percorrer o inavegável de uma esteira dourada.
____________________________________
Não me deixes afundar-te os sonhos.
____________________________________
Voltaria a ser a agitação que o vento procura.
Voltaria a ser sorriso em olhos de profundo céu.
Voltaria a ser flor de jasmim de mil anos de sol
no Oriente. Voltaria …conseguisse eu vogar em mim…
Afasia do mar. Impossibilidade de leitura das ondas.
____________________________________
Não me deixes afundar-te os sonhos.
____________________________________
Não me deixes. Afunda-me o mar das impossibilidades.
(Susana Duarte)
quinta-feira, 7 de abril de 2011
quarta-feira, 6 de abril de 2011
MARINHEIRO
Talvez pudesse navegar no azul marinheiro dos olhos
(onde a noite te tolheu de mim). Garça azulada de prata
nascida da luz cerúlea de uma noite sem fim. (Escolhos).
Baixio onde navegar saberia (a)mar. Água. Catarata.
Escorres do rochedo onde findam palavras. Onde finda
a sombra. Onde finda a penumbra. Penumbra de prata,
________penumbra de mim. Canto escondido_________
Lágrima furtiva que roubas do rosto, que revela o corpo
e se mostra como um fogo-fátuo que navega na escuridão.
_______A noite mostra-se tua. É tua a imensidão_______
… da cor saboreada, que tornou branca a aurora. Perco.
(Não sei em que rocha se escondeu a noite secreta do sentir.)
Não adivinho as palavras caídas no rochedo. Não sei do medo
de saber. Mas sei do medo da noite e do medo do medo.
__________________Talvez pudesse.__________________
domingo, 3 de abril de 2011
A hora dos amantes
deponho nas tuas mãos
o coração da noite
sabendo que,
depois,
nada
...sem
TI
(Susana Duarte)
o coração da noite
sabendo que,
depois,
nada
...sem
TI
(Susana Duarte)
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