nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
sábado, 9 de abril de 2011
NÁUTICO
NÁUTICO
Não me deixes afundar-te os sonhos.
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Permite-me, apenas, que o piano soe,
...e entoe o bater descompassado de estar
na superfície de uma noite eternamente
tua. Noite eternamente…nua… eternizar
os dias e glorificar as noites de seda quente.
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Não me deixes afundar-te os sonhos.
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Deixa-me navegar na impossibilidade de ser
a proximidade anunciada que percorres em mim.
Na ausência de asas, voarei assim. Costeira…
Deslizo na pele do sono de um dia sem fim.
Percorrer o inavegável de uma esteira dourada.
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Não me deixes afundar-te os sonhos.
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Voltaria a ser a agitação que o vento procura.
Voltaria a ser sorriso em olhos de profundo céu.
Voltaria a ser flor de jasmim de mil anos de sol
no Oriente. Voltaria …conseguisse eu vogar em mim…
Afasia do mar. Impossibilidade de leitura das ondas.
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Não me deixes afundar-te os sonhos.
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Não me deixes. Afunda-me o mar das impossibilidades.
(Susana Duarte)
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Texto encantador! Parabéns pela inspiração!
ResponderEliminarAbraços renovados!