terça-feira, 26 de abril de 2011

ABSINTO






Fala de mim, se a suave mão da noite te permitir sonhar…

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Se a ave da noite soar uma nota que conheças, e o teu sonho

……….abraçar a pedra que rola do alto de um penhasco……




… se a tua voz for a eterna chuva que dilui a areia do deserto

(e traz sementes que, no seio de um raio de sol, germinam)…




… se a tua voz for o canto sereno e o encanto terreno de uma

camponesa ………….que ergue o braço que segura o trigo……..




…fala de mim, na seda que inscreveu caracteres orientais na pele…




Fala de mim, se a seda da pele for a palavra que inscreves no ar…

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Se a voz entoada na raiz do poema for a luz que captas na fotografia
…………………………..da razão que agora abandono……………………………



…se a flor do deserto for a sonora asa de condor que em ti ostentas

e trazes, soturna, em imagens que os sonhos embalam no azul onde voas.




…se és a Canção que a rua dedica a uma lua que se fez feiticeira e, de ti,


trouxe a pauta onde escrevo notas invisíveis de um teclado sonoro de gritos



……………………………………………….mudos…………………………………………………..

................fala de mim…. Ou seremos apenas enigma…………………..


Caracol de cabelo escondido num grifo. Grito mudo que consinto. Absinto.





(Susana Duarte)

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