A maravilha é um malmequer do campo,
o espanto, a admiração... se, serena a luz do dia,
me escondo na floração de uma asa, de luz e cores em tons
de azul, que instigam sons de amores, e cores de terras do sul.
Sabes da flor noturna do deserto que, despovoado da água e da vida,
esconde a ave eremita que em volta de si, em voo rasante, orbita, reaviva....
Sabes da sáfara calcorreada pelo beduíno...a erosão abandonou areia
e a areia abandona o chão. E o chão abandona o vôo, e a tua mão.
E a sereia que outrora cantava, sabedora de segredos do mar,
abandonou a cauda e, em redor do deserto, deixou-se
levar, em suave abandono; e a flor também quis;
e a vontade unida aos ciclos da lua, levou
o vento à rua...a tempestade começou
e deixou o encanto à porta.
(Susana Duarte)
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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