sábado, 7 de junho de 2014

escreverei à meia noite do poema

escreverei à meia noite do poema, 
onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.

escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram o pó 
dos teus passos.

escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.

morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.

é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.

Susana Duarte


5 comentários:

  1. Parece que os poemas nascem em horas tardias vestidos da poeira do tempo e das agonias dos ventos. Os poemas transportam vidas, sonhos, dores e muitas desilusões da caminhada em da busca da felicidade.
    Gosto de a ler e depois me deixar voar...

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  2. bELO escreVIVER
    fiz partILHA
    no unir
    *******
    onde és este belo recanto da foto?

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  3. Rogério, este belo recanto é parte de uma escultura situada no jardim da Mealhada. Um lugar maravilhoso para passear. Beijinhos.

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  4. Luís, é um maravilhoso elogio à minha escrita. Grata por isso,
    Susana

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  5. gRRacias...vou passear por aí numa próxima parAGEm para emagracer com um cheirinho de leitão, regado com o achampanhado e muita salada...abRReijinhos...11.11.11"

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 suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido,  o parto feroz, a corrente avas...