terça-feira, 8 de março de 2011

ACROAMA



Canta em mim, tangedor de sons de céus divinos em terras de terra finita…...
Diz-me. Diz-me a pauta das notas do calor de um céu de Verão na Alma.
Luzem os pirilampos na noite escura e calma. O metrónomo marca o compasso
e o passo marca o tempo, onde sem flor e sem aço, fazes em ti, em mim, aqui, um juramento de luz que refulge na tessitura dos olhares.
Qual é o verbo que conjugas em mim? Conjugas os verbos das flores, dos mares, do poetar. Conjugas os sons das baladas em que o teu olhar solta a maré sobre mim. Conjugas palavras de terra que germina. Derramas na terra o Ser que és: brilhar,para ti, é apenas um grito que vem de dentro e te leva a ser Céu em mim…
Ser no mundo. Ser assim. Fio de luz. Raio. Luar. Estrela… Ser em mim. Ser em ti. Ouves a canção que ouço? Um carme desfia as teclas de um piano imaginário. Impões a harmonia num sonhar de pele e de imagens, de mãos de seda e toques fortuitos, de harpa iluminada e cantos antigos, onde um baú deixa voar da terra-chão, a cor do trigo, a cor do mar, o verde prado, a jóia eterna, a luz do dia e o rosário desfiado no canto de uma sereia feita de limos onde desliza uma balada azul, azul, azul.
Como o Verão. Como tu. Sussurro-te, aí, na distância de um rio, no oxigénio partilhado, no sonho que me flutua…candeia acesa na noite. A alga flutua. Dá-me as mãos e poisa-as na lua. O CANTO HARMONIOSO que és procura a raiz do sonho que os lugares ocultam.

Desoculta-os com os olhos. Vão mais fundo que a raiz do mar. Deslumbramento.

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