sábado, 12 de março de 2011

QUADRIFÓLIO

Nascem trevos das pontas dos teus dedos, e de teus trevos nascem flores
azuis. Dedilhando canções ou…trocando segredos, as flores são sonhos,
as flores são medos, litania cantada em noite de trovoada e as palavras…segredos
... ( de noites sem fim).

Segredos sussurrados onde demos a mão e seguimos na eira, povoada
por fantasmas de outra canção. Saio de ti, em ti saio de mim, e entro na água
que me percorre, no seio da lua onde deixei a Luz incerta abrigada
(e os trevos me deram a mão).

As barcarolas seguem caminho onde sonhei… nascem segredos da ponta
dos dedos. Fico de mão dada contigo, e de ti leio sinais. Sinais de passagem,
sinais de ilusão… sinais de sinais na ponta da mão onde o sol desponta
(e a noite entoa-te em mim).

Nas palmas, nas palmas das mãos, tens trovas invulgares e séculos de paixão,
cantados num Cancioneiro onde agitei a luz e te disse que estou aqui, de vento
na lua e dedos na alma, onde um sábio guerreiro parou e lavou a voz da solidão
(de trevos que nascem da tua, de trevos que nascem da minha mão).


És o Romanceiro onde o sol flutua e a noite é a voz que acalma o canto
da coruja. Pois és vida e saber, reflectidos na água, sussurrados na planície
onde a estrela branca do dia encantou e sussurrou a promessa e o encanto.
(E ali, jurou… ).

E da jura, nas pontas dos dedos nasceram trevos. Erva-do-amor. Flor
eterna, eterno trovador, que as asas do sol e o azul do mar, fizeram terna luz.

(Nascem trevos)
………………….das pontas dos teus dedos……………………

(Susana Duarte)

1 comentário:

  1. 11h-11'
    neste reLER, tropecei aqui:
    "Pois és vida e saber,
    reflectidos na água,
    sussurrados na planície
    onde a estrela branca do dia
    encantou e sussurrou a promessa e o encanto.
    (E ali, jurou… )."
    aquel'abRRaço

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